Recuperação

Atropelada por motorista de app desabafa: 'Estou bem'

Nelly Boechat, de 45 anos, permanece internada em um hospital

 

A veterinária Nelly de Souza Boechat, de 45 anos, atropelada por um motorista de aplicativo, acordou do coma e já se comunica com a família pouco mais de dois meses após ser internada no CTI de um hospital particular em São Gonçalo. 

Em vídeo publicado pela irmã e médica-cirurgiã Aline Boechat, na madrugada desta quinta-feira (27), Nelly aparece agradecendo ao apoio da familiar, que atua como assistente no caso.

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"Se não fosse a minha irmã a ficar noite e dia procurando soluções para que eu pudesse entrar de volta no mundo dos vivos, eu estaria meio que complicada", lembrou Nelly.

Ela foi atropelada pelo motorista de aplicativo Mauro Sérgio Pires Nader, de 52 anos, no Fonseca, em Niterói, no dia 15 de fevereiro. Os dois discutiram e quando a vítima saiu do veículo Mauro arrancou com o carro, passando por cima do corpo de Nelly. O acusado está preso. 

"Há pouco tempo atrás eu sofri um acidente bem sério, bem grave, fiquei em coma durante alguns dias", começa dizendo.

Durante a gravação, feita no leito de hospital, Nelly pede para que as pessoas procurem o serviço da irmã.

"Afirmo que ela é uma das melhores médicas que eu conheço na minha vida, que cuida de todas as pessoas, sendo carentes, tendo poder monetários, isso não importa pra ela. O importante é que ela vai e salva, muito obrigada por tudo, tá?! Eu estou bem, porque se não fosse ela hoje eu não estaria aqui e agradeço do fundo do coração", finaliza.

A médica Aline de Souza Boechat, irmã de Nelly, tem acompanhado com frequência a evolução clínica da vítima do atropelamento. Cinco dias após o caso, a cirurgiã postou um vídeo em rede social clamando por Justiça e atualizando o estado de saúde de Nelly.

"Eu estava junto na cirurgia dela. Eu vi tudo o que aconteceu, ela teve várias lesões gravíssimas intra-abdominais sérias. Ela está correndo sério risco de vida no respirador, no ventilador, fazendo hemodiálise", contou na ocasião.

Na semana passada, uma outra irmã de Nelly, Liliane de Souza Boechat, de 36 anos, contou ao ENFOCO que o estado de saúde de Nelly é estável, embora ela siga travando uma intensa batalha pela vida, pois está com inúmeras sequelas do atropelamento. A vítima passou por duas cirurgias e ainda não tem previsão de alta. 

Liliane revelou ainda que a irmã precisou tirar o ovário direito e, durante a cirurgia, ainda foi necessário que ela tomasse diversas bolsas de sangue. Nelly é paciente pós-bariátrica e perder um pedaço do intestino foi prejudicial, o que está complicando a retirada da bolsa de colostomia, que é importante para absorção de alimentos para o seu corpo.

A vítima ainda sofreu também uma síndrome respiratória devido ao trauma no tórax, denominado Síndrome de Angústia Respiratória em Adultos (Sara), comum em pacientes que tiveram Covid-19. A Sara é uma infecção que enche o pulmão de líquido e, com isso, Nelly precisou ser entubada e ficar 25 dias em coma induzido. 

Liliane explicou ainda que sua irmã não poderá mais morar sozinha, pois precisará de cuidados, além da questão financeira pois Nelly era autônoma e, com o acidente, acabou perdendo sua fonte de renda. 

O pé dela está atrofiado, não fica reto, tem várias comorbidades, além das sequelas psicológicas, hora ela está lúcida, hora não está. 

Prisão

Mauro Sérgio Pires Nader, 52 anos, acusado de atropelar Nelly, está preso desde o dia 21 de março. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo crime de tentativa de homicídio qualificado. A denúncia, oferecida junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, ressalta que Mauro atropelou Nelly na tentativa de matá-la, agindo de forma cruel. 

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